“Por que deveríamos aceitar a liberdade de
expressão e de imprensa? Por que deveria um governo, que está fazendo o que
acredita estar certo, permitir que o critiquem? Ele não aceitaria a oposição de
armas letais. Mas idéias são muito mais fatais que armas.”
Vladimir Lênin (1870-1924,
líder da Revolução Russa)
“Uma vez que a base de nosso governo é a
opinião do povo, nosso primeiro objetivo deveria ser mantê-la intacta. E, se
coubesse a mim decidir se precisamos de um governo sem imprensa ou de uma
imprensa sem governo, eu não hesitaria em escolher a segunda situação.”
Thomas Jefferson
(1743-1826, presidente norte-americano)
“Em sua Ética a Nicômaco,
o filósofo grego Aristóteles (384- 322 a.C.) produziu a definição clássica do
papel da imprensa. ‘Alguns poucos cidadãos adquirem o poder de fazer políticas públicas.
Todos, porém, têm o direito de criticá-las’, escreveu o famoso discípulo de
Platão. A sabedoria de Aristóteles está principalmente em ter estabelecido que os governos e seus críticos, embora façam
parte da mesma sociedade, ocupam nela esferas inteiramente diferentes. Os
primeiros têm o poder. Os segundos, o direito. Por essa razão, a qualidade da
imprensa deve ser sempre medida por seu grau de independência nas relações com
os governos. Estes são tanto melhores
quanto mais preservam a liberdade de seus críticos.”
Editorial
Revista Veja (18 ago. 2004)
Reflexão
Nos três textos são apresentados alguns
questionamentos, opiniões e afirmativas a cerca da liberdade de expressão e
imprensa, especificamente, na relação com o governo.
O primeiro texto critica e questiona a
utilidade da liberdade da imprensa, sendo que, se existe um governo, um poder
que diz está fazendo o melhor para o seu povo, seria inviável a existência de
meios de comunicação que viesse a deflagrar e denunciar irregularidades de
gestores das políticas públicas.
A liberdade de expressão é para muitos
governantes, uma arma letal que extingui moralmente um governo, como reconhece
Lênin, ao admitir o poder das ideias, e consequentemente, apoiar à censura aos
meios democráticos de liberdade de imprensa.
Já nos dois textos seguintes a visão sobre
essa liberdade segue uma corrente antagônica. Para Thomas Jefferson, a opinião
do povo é a base do governo que deve ser mantida intacta, sendo preferível colocar
em risco a estabilidade do governo a comprometer a liberdade de imprensa.
E sob o mesmo viés, com base nos
ensinamentos de Aristóteles, o Editorial demonstra que a independência entre as
parte concorre para a qualidade e liberdade da imprensa, tanto quanto para a
virtude moral, ética e de valores dos governos que buscam garantir os direitos
da sociedade.
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