15/11/2011

Considerações sobre Liberdade de Imprensa - Confronto de Opiniões



 

 “Por que deveríamos aceitar a liberdade de expressão e de imprensa? Por que deveria um governo, que está fazendo o que acredita estar certo, permitir que o critiquem? Ele não aceitaria a oposição de armas letais. Mas idéias são muito mais fatais que armas.”
Vladimir Lênin (1870-1924, líder da Revolução Russa)

 “Uma vez que a base de nosso governo é a opinião do povo, nosso primeiro objetivo deveria ser mantê-la intacta. E, se coubesse a mim decidir se precisamos de um governo sem imprensa ou de uma imprensa sem governo, eu não hesitaria em escolher a segunda situação.”
Thomas Jefferson (1743-1826, presidente norte-americano)


“Em sua Ética a Nicômaco, o filósofo grego Aristóteles (384- 322 a.C.) produziu a definição clássica do papel da imprensa. ‘Alguns poucos cidadãos adquirem o poder de fazer políticas públicas. Todos, porém, têm o direito de criticá-las’, escreveu o famoso discípulo de Platão. A sabedoria de Aristóteles está principalmente em ter estabelecido  que os governos e seus críticos, embora façam parte da mesma sociedade, ocupam nela esferas inteiramente diferentes. Os primeiros têm o poder. Os segundos, o direito. Por essa razão, a qualidade da imprensa deve ser sempre medida por seu grau de independência nas relações com os  governos. Estes são tanto melhores quanto mais preservam a liberdade de seus críticos.”
Editorial
 Revista Veja (18 ago. 2004)

Confronte as declarações acima explicitando de que forma elas se opõem à liberdade de imprensa ou a apóiam.

Reflexão

Nos três textos são apresentados alguns questionamentos, opiniões e afirmativas a cerca da liberdade de expressão e imprensa, especificamente, na relação com o governo.

O primeiro texto critica e questiona a utilidade da liberdade da imprensa, sendo que, se existe um governo, um poder que diz está fazendo o melhor para o seu povo, seria inviável a existência de meios de comunicação que viesse a deflagrar e denunciar irregularidades de gestores das políticas públicas.

A liberdade de expressão é para muitos governantes, uma arma letal que extingui moralmente um governo, como reconhece Lênin, ao admitir o poder das ideias, e consequentemente, apoiar à censura aos meios democráticos de liberdade de imprensa.

Já nos dois textos seguintes a visão sobre essa liberdade segue uma corrente antagônica. Para Thomas Jefferson, a opinião do povo é a base do governo que deve ser mantida intacta, sendo preferível colocar em risco a estabilidade do governo a comprometer a liberdade de imprensa.

E sob o mesmo viés, com base nos ensinamentos de Aristóteles, o Editorial demonstra que a independência entre as parte concorre para a qualidade e liberdade da imprensa, tanto quanto para a virtude moral, ética e de valores dos governos que buscam garantir os direitos da sociedade.


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