
O texto aborda, mais especificamente,
sobre o tratamento que se tem dado à gramática nas aulas de 1º a e 2° graus.
Segundo a autora, o ensino da gramática nesse nível não se resolve
independentemente da reflexão sobre o funcionamento da linguagem. Com base em
pesquisas realizadas com professores, constatou-se que muitos saem da
universidade achando que a gramática normativa, que está incoerentemente presente
nos livros didáticos, é que vai garantir um bom desempenho linguistico.
A par dos resultados da mesma pesquisa, a
maioria dos professores acreditava que, escrever melhor era a função da
gramática, que segue padrões estabelecidos pela sociedade, impossibilitando
assim, a incursão dos fatos que comprovam a existência de uma gramática da
língua considerada importante para o desenvolvimento de atividades que refletem
sobre a língua e seu funcionamento.
A autora ainda questiona o descrédito que
tem a rotulação de classes e funções para o ensino, por exemplo – oração
subordinada adverbial modal – procedimento tão comum nas escolas que tem sido
responsável por falas como “o ensino da gramática não serve para nada”,
desvinculado o aprender gramática do uso e funcionamento comum da língua.
Apesar das contradições que existe na
gramática, o professor tem a necessidade do conhecimento linguistico, embora o
domínio deste, não demonstre um fim em si mesmo. Tal conhecimento deve abranger
a reflexão e a compreensão funcional da língua para chegar clarividente ao
sistema.
Por seu objeto ser a competência comunicativa,
servir a uma variedade de finalidades e não considerar a linguagem um fenômeno estanque,
a teoria funcionalista é para Neves (2002) e para aqueles que acreditam em atividades
que relaciona o conhecimento linguistico ao seu uso, um campo viável e coerente
para o sucesso do ensino da gramática nas escolas de 1º e 2º graus.
Nesse contexto, é importante que os
profissionais da educação especializados no ensino da língua, incorporem os
avanços da linguística sempre em busca de aperfeiçoamento e atualização, no
tocante, a utilização de livros didáticos, metodologias, enfim, materiais e
concepções que visem o uso efetivo da língua para o reconhecimento das normas.
Diante dos fatos, é notável que o ensino da gramática é algo complexo que vai muito além do conhecimento
das normas pré-estabelecidas em um manual de gramática tradicional. Contudo,
cabem aos já professores e aos estudantes do curso de Letras, contrastar regra
e realidade a fim de perceber que a riqueza e o dinamismo da língua não cabem
em manuais engessados.
Por Poliana Birto Sena, Graduada em Letras Vernáculas
pela Universidade do Estado da Bahia - UNEB
e pós-graduada em Língua Portuguesa e Literatura Brasileira
pela Faculdade do Sul da Bahia - FASB
0 comentários:
Postar um comentário