16/11/2011

MELHOR ou MAIS BEM?


 Leitora pergunta: “O certo não é usar, antes de particípio, mais bem e mais mal em vez de melhor e pior ?”
Este caso é polêmico. Para alguns autores, o certo é “melhor distribuídos”; outros afirmam que o certo é “mais bem distribuídos”; e há ainda os que dizem que é um caso facultativo.
Costumo não reduzir o caso a uma discussão de certo ou errado. Para agilizar o nosso trabalho, simplificamos o fato: diante de qualquer particípio, devemos usar “mais bem” ou “mais mal”.
Como ninguém diria que “Ronaldinho é o jogador brasileiro melhor pago” ou que “o trabalho foi pior feito”, preferimos usar “mais bem” e “mais mal” diante de qualquer particípio: “Ronaldinho é o jogador brasileiro mais bem pago”, “O trabalho foi mais mal feito”, “Ele está mais bem preparado”, “O corredor mais bem colocado”…
Assim sendo, a nossa leitora tem razão em sua crítica. Devíamos ter escrito: “Negócios serão mais bem distribuídos”.

  
OBRAS-PRIMAS ou OBRAS-PRIMA?

O certo é OBRAS-PRIMAS.

Se a palavra composta, com hífen, é constituída de um substantivo e um adjetivo (ou adjetivo + substantivo), os dois elementos vão para o plural: altas-rodas, altos-fornos, altos-relevos, amores-perfeitos, batatas-doces, boas-novas, boias-frias, cabeças-chatas, cachorros-quentes, dedos-duros, guardas-civis, matérias-primas, meias-luas, meios-fios, ovelhas-negras, peles-vermelhas, puros-sangues…


DESMISTIFICAR ou DESMITIFICAR?

DESMISTIFICAR = “desfazer uma mistificação ou impostura. Desmoralizar-se, desmascarar-se.” (Dicionário Ilustrado da Língua Portuguesa, elaborado por Antenor Nascentes)
DESMITIFICAR = “desfazer a mitificação existente acerca de pessoa ou coisa.” (Dicionário Larousse)
Os dois verbos estão registrados no Vocabulário Ortográfico da Língua Portuguesa, entretanto o verbo DESMITIFICAR não aparece em muitos dicionários.
A diferença prática, no meu modo de ver, é a seguinte:
DESMISTIFICAR é “acabar com uma farsa”;
DESMITIFICAR é “deixar de ser mito


UM ou UMA telefonema?

Telefonema é um substantivo masculino. Devemos, portanto, dar um telefonema.
As palavras terminadas em “-ema”, geralmente de origem grega, são masculinas: o problema, o estratagema, o trema, o telefonema…
Nem todas as palavras terminadas em “a” são femininas. Não esqueça que “a grama” é a relva e que “o grama” refere-se à massa (peso): mil gramas = um quilograma.
Dê um telefonema para a mercearia e peça duzentos gramas de mortadela.


A NÍVEL DE ou EM NÍVEL DE?

Muitos leitores querem saber qual é a forma correta: “A nível de ou em nível de usuário de informática…”?
É a “famosa” dúvida de nada com coisa alguma. Não há “níveis”. Ninguém está se referindo ao “nível” dos usuários de informática.
Dependendo do restante da frase, poderíamos usar:
“Como usuário de informática…”
“Quanto ao usuário de informática…”
“Em referência ao usuário de informática…”
“Sendo usuário de informática…”
Quando houver “níveis”, podemos usar a forma “EM NÍVEL”:
“São problemas a serem resolvidos em nível federal.”
A expressão “a nível de” não passa de um modismo linguístico, totalmente desnecessário, principalmente por ser usado em situações em que não há “níveis”:
“O problema só será resolvido a nível de reunião” (basta: “só será resolvido em reunião”);
“O projeto ainda está a nível de discussão” (basta: “ainda está sendo discutido ou em fase de discussão”).


Fonte: http://g1.globo.com/platb/portugues/

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