1) Como organizar o tempo
A vantagem é que na “faculdade fictícia” os horários devem começar mais
reduzidos e ser gradativamente aumentados – começar com 1 a 2 horas por
noite, aumentando até 3 ou 4 horas, sempre cuidando de fazer intervalos
de 15 minutos no meio do período de estudo e reservando de 6 a 8 horas
para dormir (menos do que isso prejudica a memorização dos conteúdos).
Caso você pretenda fazer um curso presencial, pode optar por assistir
às aulas aos sábados e, assim, economizar tempo e custo de deslocamento.
Se preferir, pode assistir às aulas à noite e estudar nas noites vagas e
no sábado. O mesmo se aplica para quem escolheu cursos via internet ao
vivo. Quem optar por cursos gravados, a sugestão é intercalar dias de
aula e estudo, incluindo o sábado.
Para quem trabalha em esquema de escala, com dias alternados, a solução
é reservar as horas de estudo nos dias de folga. Também as aulas via
internet gravadas se ajustam melhor a esse tipo de rotina. O candidato
pode alternar aula e estudo a cada dia de folga ou assistir às aulas num
dia e estudar no outro, conforme for mais conveniente.
2) Como fazer um planejamento
O mais importante é fazer um planejamento real e possível, de acordo
com a sua realidade de tempo e de outras tarefas a seu cargo. Não é a
quantidade de horas dedicadas ao estudo que garante a aprovação, mas a
continuidade da preparação. Além disso, com o passar dos meses, o número
de aulas necessárias vai sendo diminuído e o tempo disponível para o
estudo, aumentando. E é bom que seja assim: depois de um tempo de
preparação, bastam aulas pontuais de alguma disciplina nova ou mais
difícil para o candidato. É o trabalho individual e progressivo de
revisar e aprofundar a teoria, fazer exercícios e resolver provas
anteriores que vai efetivamente sedimentar o conhecimento.
3) Como se concentrar
Depois de longos anos sem contato com os livros e com tantas outras
demandas na cabeça, como fazer o cérebro entender que é hora de estudo?
Grande parte dos candidatos são pessoas adultas, com responsabilidades
de trabalho, família e casa.
Um planejamento real, mensal, colocado no papel (ou computador), que
contemple todas as atividades - com definição de horário de início e fim
de cada período de estudo, e também com as matérias a serem estudadas a
cada dia -, coloca cada coisa no seu lugar, estabelece claramente a
prioridade de cada momento (essencial para a concentração) e elimina a
confusão de fazer uma coisa pensando em outra.
Mas, não é só isso. Se a forma de estudar for entediante, o cérebro vai
tentar fugir da sensação de desconforto e a distração será inevitável.
4) Como manter o foco
O estudo dos tempos de escola, quando apenas líamos a matéria para
tentar fixá-la, é a única forma de estudo conhecida pela maioria de nós.
Isso funcionava para pequenos conteúdos, mas o candidato a um concurso
público precisa ter conhecimento profundo sobre diversas disciplinas, o
que significa compreender e reter até o dia da prova uma quantidade
enorme de informações. São meses ou anos de estudo contínuo, incluindo
novas matérias e mantendo as anteriores.
Sem dúvida, tudo passa pelo estudo da teoria, mas isso deve acontecer de forma dinâmica.
Uma estratégia eficiente de iniciar o contato com conteúdos novos é
fazer a leitura de um ponto por vez, a partir de anotações de aula,
conjugada à leitura do mesmo ponto em um livro para concursos, seguida
imediatamente da resolução de exercícios sobre o assunto, com consulta à
teoria. A compreensão e fixação natural são facilitadas, porque os
exercícios exigirão retornos sucessivos à teoria e um olhar mais atento,
permitindo que o candidato perceba detalhes e informações que passariam
despercebidas numa simples leitura. Vale lembrar que, nesse primeiro
momento, o candidato não deve ficar preocupado com a memorização, mas
tão somente com o entendimento dos conteúdos.
5) Como testar seu conhecimento
Depois de vista toda a teoria de uma disciplina, o candidato precisa
colocar o seu conhecimento à prova, resolvendo questões de concursos
anteriores. Isso é importante para que o candidato possa perceber o
nível de profundidade exigido nas provas e como está o seu conhecimento
naquela matéria. A partir dessa verificação será possível retornar à
teoria para aparar as arestas.
Em disciplinas exatas, tais como matemática e raciocínio lógico, a
dificuldade pode não estar na compreensão da teoria, mas na prática
mesmo da resolução de questões. Nesse caso, o melhor é fazer dezenas,
até centenas de exercícios, para ganhar confiança e agilidade.
6) Como revisar o conteúdo
Outra dificuldade nesse tipo de estudo é garantir que a qualidade de
conhecimento se mantenha, mesmo com o passar do tempo. É uma situação
bem semelhante à de um equilibrista de pratos: se algum prato deixar de
rodar, vai cair e quebrar. Também o candidato precisa manter todas as
disciplinas ativas, para que não caiam no esquecimento.
Para revisar rápida e periodicamente diversas disciplinas com extensos
conteúdos é preciso preparar um material de qualidade. E isso pode ser
utilizado como uma etapa avançada do estudo. Depois que o candidato
chegar ao fim da teoria de uma matéria, deve repetir o processo inicial
de leitura/exercícios, incluindo aí a elaboração de fichas-resumo.
Trata-se de esquemas, quadros, tópicos organizados com poucas palavras,
que permitam uma revisão de todos os assuntos.
O tempo investido nesse trabalho é amplamente recompensado pelo
resultado – sedimentar e organizar as informações que o candidato já
possui. Podem-se utilizar fichas de papelaria, separadas por disciplina,
numeradas e organizadas por tópicos, a fim de facilitar a consulta. São
mais eficientes do que os resumos tradicionais, porque são mais rápidas
de serem confeccionadas e mais objetivas na hora das revisões. Além
disso, presas por um elástico, são práticas para acompanhar o candidato a
qualquer lugar.
7) O que fazer com as matérias difíceis?
Pode acontecer de, mesmo com toda a estratégia e dedicação, o candidato
ter reais dificuldades para compreender e avançar numa matéria. É uma
situação relativamente comum e não deve ser motivo para desespero, muito
menos para desistência – nem quanto ao projeto nem quanto à disciplina
em questão.
Muitos concursos cobram matérias de diversas áreas de conhecimento e é
natural que o candidato sinta mais facilidade em algumas disciplinas do
que em outras. Como se fosse um jogador fraco que você não pode
dispensar nem deixar no banco de reservas, a solução é investir mais
para superar as deficiências.
Fazer um módulo específico da disciplina (de preferência com professor
diferente, para ter a oportunidade de nova abordagem/didática) costuma
oferecer excelentes resultados porque, mesmo com dificuldades, o assunto
já foi visto anteriormente, e voltar ao início com o apoio de um
professor pode ser suficiente para sanar as dúvidas. Providência similar
pode ser adotada utilizando-se um novo livro (que seja bem recomendado
para concursos) sobre o assunto e estudando a matéria desde o início,
como se fosse a primeira vez.
8) O edital ainda não saiu. Devo estudar?
Outro grande desafio para quem se prepara para concursos públicos é o
longo tempo de preparação – praticamente uma maratona. E esse fato é
agravado quando não há nenhum edital publicado para a área de interesse
do candidato. Mas esse tempo, se bem aproveitado, pode garantir a
aprovação quando a oportunidade surgir, porque os editais vão acontecer,
mais cedo ou mais tarde.
Quem mantiver o ritmo de estudo estará em boa vantagem em relação aos
outros candidatos quando o edital for publicado. E isso é motivo
suficiente para garantir a motivação. O planejamento mensal também ajuda
a preservar a regularidade da preparação, que deve ser permanente até a
aprovação. Apenas o foco é que precisa ser ajustado na iminência de
algum edital.
9) Não passou? Veja o fazer para não desanimar
Mesmo se o candidato vier a ser reprovado em algum momento, é
importante seguir estudando. Outros editais virão e o conhecimento
acumulado de concursos anteriores da mesma área servirá de patamar para o
seguinte.
Interromper o estudo até a publicação de novo edital ou desistir do
projeto seria jogar fora todo o investimento já feito, e o pior – o
movimento para transformar a própria vida. Isso sim seria muito ruim.
Além disso, algum tropeço num projeto dessa grandeza não é nada demais e
faz parte da trajetória de quase todo candidato. Muitos aprovados nos
primeiros lugares em seus concursos precisaram enfrentar uma ou mais
reprovações durante o percurso.
10) Passou? Continue estudando mesmo assim
Deixamos aqui um alerta: mesmo depois de aprovado, o ideal é que o
candidato continue a estudar e prestar novos concursos. Isso porque a
nomeação/contratação pode acontecer até o fim do prazo de validade do
concurso, que pode ser de até 2 anos, prorrogáveis por mais 2.
Assim, o mais prudente é buscar novas aprovações. E isso não deve ser
difícil, pois o candidato aprovado mostra que conquistou excelência no
conhecimento e amadurecimento para fazer provas. Mantendo-se na mesma
área de concursos, que cobram muitas matérias em comum, a tendência é
que passe a colecionar aprovações e, com isso, aumente as suas chances
de tomar posse mais rapidamente.
Depois, o problema será decidir em qual órgão ficar, quando for chamado
para assumir novos cargos por conta de outras aprovações. Mas esse é um
ônus que todo candidato deseja enfrentar.
Fonte: http://g1.globo.com/concursos-e-emprego/noticia/2012/04/veja-como-enfrentar-10-desafios-na-hora-de-estudar-para-concursos.html